domingo, maio 12, 2024
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Coberturas naturais: alternativas sustentáveis para construções

A cobertura é a parte superior da construção que serve para protegê-la da ação do sol, da chuva e do vento. Ela pode ser uma superfície plana, um telhado ou uma superfície curva. Geralmente, é construída com materiais artificiais que, embora sejam mais resistentes, causam danos ambientais e contribuem com a crise climática.

Tendo em vista os problemas climáticos que enfrentamos na atualidade, é importante buscar alternativas sustentáveis para a cobertura de edificações. Uma opção interessante para isso seriam as coberturas naturais, ou seja, aquelas que são feitas a partir de materiais oriundos da natureza.

Biodegradáveis e sustentáveis, as coberturas naturais são usadas por povos tradicionais há séculos. Apesar oferecerem proteção eficiente contra as intempéries, terem uma boa estética e trazerem conforto térmico, são adotadas em construções modernas apenas para darem um aspecto rústico.

Hoje, temos basicamente dois tipos de coberturas naturais: a feita com palha e a com algas. A primeira é a mais comum e envolve o uso de vegetação seca – como as palhas de piaçava, sapê e santa-fé. Já a segunda, utiliza um tipo de alga marinha, conhecida como “eelgrass”, que é seca ao sol.

Cobertura de palha

É feita a partir do agrupamento e entrelaçamento das fibras da palha sobrepostas umas sobre as outras até formarem uma superfície impermeável. Sua construção é normalmente realizada sobre uma estrutura de madeira ou bambu, pois o material é flexível e não se sustenta sozinho. A cobertura é erguida da parte mais baixa até chegar ao topo.

Dos materiais usados para fazer a cobertura, a palha da piaçava é a fibra mais final e maleável. Devido a isso, fica com aspecto diferente, com as pontas caídas na extremidade do telhado. Ela tem boa durabilidade, aproximadamente 8 anos, mas precisa de manutenção.

Coberturas naturais de piaçava
Cobertura de palha de piaçava. Foto: Leoná Kayá Deckelbaum

A palha de sapê tem uma aspecto mais firme que a piaçava, podendo ser finalizadas em linhas retas. No entanto, sua duração é, em média, de 5 anos.

cobertura naturais de sapê
Quiosque com cobertura de sapê. Foto: André Scarpa

Já a palha de santa-fé, é a mais rígida de todas. Tem alta durabilidade, cerca de 20 anos, e pode ser utilizada de formas bastantes versáteis para a construção.

Cobertura de santa-fé. Foto: Katinka Bester

De modo geral, todas as palhas, além de serem sustentáveis, possuem bom isolamento térmico e têm uma estética que remete à natureza. No entanto, são altamente inflamáveis, devendo receber tratamento de proteção contra o incêndio. Antes de usá-las, é importante checar a procedência do material para que este não venham com pragas.

Cobertura de algas

Essa cobertura é menos conhecida pela maioria das pessoas. Incomum em países tropicais, ela é utilizada em várias construções ao redor do mundo. Entre suas características estão a resistência à podridão e ao fogo e ser livre de composições tóxicas. Esse material funciona bem para isolamento térmico e possui um enorme aporte sustentável.

Cobertura tradicional de algas marinhas. Foto: Kathryn Larsen
Casa com cobertura de algas marinhas. Foto: Kathryn Larsen