terça-feira, maio 7, 2024
Ciência e Tecnologia

Bioplástico feito de algas ajuda a limpar praias

Os bioplásticos ou plásticos biodegradáveis são materiais que vem ganhado espaço no mercado ano após ano. Por serem produzidos sem combustíveis fósseis e não poluírem os recursos naturais ou provocarem a mortandade de animais após o seu descarte, eles conquistaram a simpatia dos consumidores.

Com características semelhantes a do plástico convencional, eles servem para fazer uma infinidade de produtos como copos, talheres, garrafas, embalagens, dentre outros. Hoje, existem bioplásticos a base de cana-de-açúcar, milho, gordura, óleos vegetais, resíduos agrícolas e outras matérias-primas.

A todo momento surgem novas versões desse produto e uma delas é o da empresa de tecnologia Symphony Environmental. Esta companhia, em parceria com empresa Eranova, criou um plástico biodegradável a partir de algas verdes coletadas nas praias.

As algas verdes, embora sejam comuns no mar, proliferam-se e se acumulam praia quando entram em contato com águas poluídas. Em grande quantidade, elas tornam-se um poluente capaz de criar condições tóxicas para homem e a vida selvagem. Por isso, precisam ser removidas periodicamente.

Para aproveitar esse recurso abundante que, constantemente, é descartado em aterros sanitários, a Symphony Environmental e a Eranova desenvolveram uma resina de base biológica, de alto valor agregado, reciclável e compostável.

Essa resina, que é um bioplástico, é produzida extraindo-se o amido das algas com uma técnica patenteada de craqueamento enzimático. Ela é um material que pode ser usado na fabricação de embalagens e de outros produtos.

É um produto sustentável, pois é feito a partir de uma fonte renovável que, de outra forma, seria descartada em aterros. E tem uma pegada de carbono reduzida quando comparada aos bioplásticos produzidos com resíduos alimentares ou safras de alimentos.

A sua produção traz benefícios ambientais, pois ajuda na limpeza das praias, removendo delas um poluente tóxico aos humanos e ao ambiente, e econômicos porque fortalece as atividades turísticas ao deixar as praias mais atrativas.

O bioplástico de algas verdes é uma tecnologia inovadora que pode ter múltiplos usos na indústria. Ela é promissora e deve ajudar a reduzir o impacto ambiental do plástico convencional a base de combustíveis fósseis.

Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.