Castanheira-da-amazônia ajuda na recuperação de solos degradados
Segundo dados da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), quase um terço dos solos do mundo estão degradados, ou seja, estão inférteis e incapazes de produzir. Entre os principais causadores desse problema estão a erosão, a compactação, a salinização, a acidificação e a contaminação.
Essa situação é preocupante tendo em vista que os solos são o principal meio de produção de alimentos para humanidade. Também, porque a deterioração deles leva à perda de biodiversidade, dificulta o sequestro de carbono da atmosfera, o que interfere nas mudanças climáticas e as agrava as enchentes.
Felizmente, há técnicas que ajudam a recuperar a funcionalidade ambiental dos solos. Uma delas utiliza a introdução de espécies arbóreas e arbustivas capazes de crescer em condições adversas. Essas plantas, associadas a fungos, devolvem matéria orgânica para o solo e aumentam a atividade biológica. São mais cem espécies usadas para esse fim.
Recentemente, pesquisadores da Embrapa descobriram que a espécie castanheira-da-amazônia é eficaz na recuperação de solos degradados. Eles identificaram essa capacidade estudando cultivos da castanheira-da-amazônia em áreas que antes eram pastagens degradadas no Estado do Amazonas.
Nas áreas de plantio, as castanheiras mostraram grande capacidade de crescimento e adaptação a áreas degradadas. Além disso, apresentaram níveis de melhora na qualidade dos solos que mostram uma tendência de recuperação das características químicas, físicas e da presença de microrganismos neles.
Segundo o pesquisador da Embrapa Amazônia Ocidental (AM), Roberval Lima, os solos em plantios de castanheiras apresentaram qualidade 50% superior aos de áreas de pastagem degradadas. Isso significa que “o solo está se recuperando com uma tendência massiva próxima a de uma floresta natural”.
Roberval disse que a castanheira-da-amazônia é totalmente adaptada a solos degradados na Amazônia. Isso faz dela uma espécie promissora para uso na recomposição florestal desse bioma, o qual tem, atualmente, mais de 5 milhões de hectares de solos que precisam ser restaurados.
