domingo, maio 19, 2024
Ciência e Tecnologia

Projeto brasileiro usa palha da cana-de-açúcar para gerar energia renovável

O projeto brasileiro SUCRE, que trabalha com a palha da cana-de-açúcar para gerar energia renovável, é candidato a um prêmio de inovação promovido pelo Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF). Criado com o objetivo de reduzir as emissões dos Gases de Efeito Estufa (GEE) através da ampliação de fornecimento de bioeletricidade, ele aumentou o uso da palha de cana, antes considerada “resíduo”, para complementar o bagaço já utilizado nas usinas.

O setor sucroenergético, antes da implementação desse projeto, queimava a palha da cana-de-açúcar produzida. Agora, utiliza um sistema de manutenção da palha na superfície do solo e recolhe apenas uma parte dela para ser usada nas usinas como complemento ao bagaço na geração de eletricidade.

A palha de cana-de-açúcar é considerada uma fonte de energia com baixa emissão de GEE e o seu recolhimento sustentável contribui para as políticas setoriais e compromissos internacionais assumidos pelo Brasil alcançarem metas de redução dos gases de efeito estufa.

Estudos já mostram que, com o uso do bagaço e da palha da cana como fonte de energia, o setor sucroenergético poderia suprir cerca de 80% da demanda residencial brasileira de eletricidade. Além disso, impediria a emissão de 50 milhões de toneladas de CO2 para a atmosfera ao ano por usinas térmicas a gás natural em períodos de seca.

O Projeto SUCRE é acompanhado pela Agência Brasileira de Cooperação (ABC) e gerido pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). A iniciativa, que já completa cinco anos, é executada pelo Laboratório Nacional de Biorrenováveis (LNBR), do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), organização supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC).

Bioeconomia

O projeto SUCRE se insere no âmbito de projetos de cooperação internacional que visam promover soluções de bioeconomia e contribuir para a redução de gases de efeito estufa. Ele busca replicar os resultados obtidos por meio de acordos de cooperação firmados com instituições de cana-de-açúcar em países como Guatemala, Colômbia e Argentina.

O objetivo dessa iniciativa é expandir, para além do Brasil, os benefícios ambientais da biomassa como fonte de eletricidade. O país é o maior produtor de cana-de-açúcar do mundo, o que lhe permite contribuir para mitigar os efeitos ambientais adversos relacionados à emissão de gases de efeito estufa.

Fonte: ONU