sexta-feira, maio 10, 2024
Meio Ambiente

Metade dos brasileiros reduziu o consumo de carne, diz pesquisa

Um pesquisa recente sobre o consumidor brasileiro e o mercado plant-based mostrou que metade dos brasileiros reduziu o consumo de carne nos últimos doze meses. O levantamento, realizado pelo The Good Food Institute (GFI) em parceria com o IBOPE, entrevistou duas mil pessoas de todas as classes sociais e regiões do país.

De acordo com o estudo, homens e mulheres estão substituindo as proteínas de origem animal por proteínas vegetais com maior frequência. Também, o número de flexitarianos (pessoas que reduzem o consumo de produtos de origem animal sem interrompê-lo completamente) aumentou de 29% em 2018 para 50% em 2020.

Os dados da pesquisa mostraram que o flexitarianismo vem se consolidando nos últimos anos como um grupo de consumo relevante no mercado brasileiro. A região Nordeste é a que lidera esse movimento no país, com 53% da população reduzindo o consumo de produtos de origem animal.

O levantamento do GFI e IBOPE também revelou que o grupo de flexitarianos é composto majoritariamente por mulheres e jovens e que quase metade deles substitui a proteína animal apenas por vegetais (47%). Além disso, constatou que os veganos e os vegetarianos não são os principais consumidores de proteínas vegetais.

Em relação à mudança de hábitos alimentares no último ano, apenas 1% dos participantes parou de comer carne completamente. Isso significa que a proteína animal ainda ocupa expressivo destaque no prato do brasileiro e que o consumidor ainda não foi completamente atraído pelas opções vegetais disponíveis no mercado.

Segundo publicação da GFI, “dos 50% que já diminuíram o consumo de proteínas animais, 56% ainda consome frango pelo menos três vezes por semana e 43% come carne bovina. Além da proteína animal, um número significativo dos entrevistados consome leite de vaca (58%), laticínios (64%) e ovos e derivados (59%) três vezes por semana.

Isto ocorre porque os análogos vegetais não agradam o paladar dos consumidores e não atendem à percepção de saudabilidade, pois são produtos ultra processados, com alta concentração de sódio e aditivos artificiais. Além disso, não tem preço competitivo, levando o público a optar pela carne de origem animal.

Desenvolver produtos que promovam uma boa experiência sensorial e tenham componentes saudáveis e preços modestos é fundamental para conquistar os flexitarianos. Este público está aberto a mudanças de hábitos alimentares, mas exige produtos de melhor qualidade.

As empresas do sertor plant-based (carnes vegetais) tem um potencial mercado a ser explorado. O número de flexitarianos é significativo e vem aumentando a cada ano. As oportunidades de crescimento são enormes e o mercado deve ver o lançamento de muitas proteínas alternativas novas em breve.

Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.