sábado, maio 18, 2024
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Pesquisadores descobrem nova espécie de tartaruga no Pará

Pesquisadores da Universidade Federal do Pará (UFPA), do Núcleo de Ecologia Aquática e Pesca da Amazônia (NEAF/UFPA) e do projeto Turtle Conservancy, da Chelonian Research Foundation e da ReWild descobriram uma nova espécie de tartaruga no Pará.

Encontrada nos igarapés do entorno da Unidade de Conservação Parque Estadual da Serra dos Martírio/ Andorinhas (Pesam), no município de São Geraldo do Araguaia, a espécie recebeu o apelido de ‘perema do Pará’ e o nome científico Mesoclemmys sabiniparaensis.

A descoberta foi divulgada, esta semana, pelo Instituto de Desenvolvido Florestal e da Biodiversidade do Estado do Pará – IDEFLOR-Bio. Segundo informações da instituição, a nova espécie foi identificada a partir da coleção de Herpetologia do Museu Paraense Emílio Goeldi (MPEG).

nova espécie de tartaruga no Pará
Tartaruga ‘perema do Pará’. Foto: IDEFLOR-Bio

O estudo da nova espécie teve início em 2018 a partir de uma visita do herpetólogo da UFPA, Fábio Andrew Gomes Cunha, ao MPEG. Este museu, considerado o maior acervo de herpetofauna da região amazônica, abriga cerca de 100 mil espécimes de anfíbios e répteis.

Fábio conta que ele e os demais cientistas estavam em processo de descrição de uma nova espécie da região do Baixo Amazonas. Porém, ao estudarem os animais depositados no MPEG, encontraram um grupo de tartarugas muito semelhantes entre si e completamente diferentes de tudo que se conhecia até aquele momento.

Percebendo a diferença da espécie em relação aos demais, começaram um estudo minucioso da tartaruga. Fizeram análises genéticas, feitas com DNA extraído de amostras de tecido muscular, exame da morfologia e da anatomia e pesquisa da história natural dos animais para confirmar que era uma nova espécie.

Pesquisadores analisaram morfologia e anatomia para catalogar a nova espécie. Foto: IDEFLOR-Bio

O herpetólogo disse que para uma nova espécie ser aceita pela ciência, “é necessário realizar comparação morfológica, genética, comportamental, sua distribuição animal, além da fisiologia da nova espécie com todas as outras espécies já descritas e reconhecidas”.

“É um processo lento, com muitos detalhes. Desde o primeiro contato com os animais até a publicação leva alguns anos. Foram quatro anos de muito estudo”, diz Cunha. A descoberta da ‘perema do Pará’ foi publicado em artigo na revista científica internacional Chelonian Conservation and Biology Turtle Conservation Fund.

A diretora e Gestão e Monitoramento das Unidades de Conservação da Ideflor-Bio, Socorro Almeida, disse “a descrição da nova espécie… reforça a importância das Unidades de Conservação da Natureza para a preservação e conservação dos ecossistemas.

“A cada descoberta de novas espécies ou registros de espécies ainda não catalogadas, novas ações de manejo devem ser providenciadas, dependendo do local do registro dentro da UC, a fim de resguardar a espécie e dar o devido tratamento aos recursos naturais”, disse a gestora”.