sábado, maio 18, 2024
Ciência e Tecnologia

Pesquisador cria caixão à base de cogumelos que se decompõe rapidamente

Um pesquisador da Universidade Tecnológica de Delf criou um caixão ecológico que ajuda na decomposição de restos mortais: o Living Cocoon. Feito de micélio de cogumelo, o caixote enriquece o solo, remove substâncias tóxicas da terra e cria condições favoráveis ao crescimento de novas plantas.

O Living Cocoon é produzido cultivando o micélio de cogumelo num molde e leva uma semana para ficar pronto. Ele decompõe-se na natureza em dois a três anos após receber o cadáver, diferentemente dos caixões convencionais que levam, em média, dez anos para serem absorvidos pelo solo.

Living Cocoon - o caixão de micélio de cogumelo
Living Cocoon – o caixão de micélio de cogumelo

Esse caixão ecológico não possui substâncias tóxicas (metais pesados e verniz) na sua composição como os caixões de madeira convencionais, o que evita a poluição do solo e das águas. Além disso, não necessita de energia, luz ou calor para ser fabricado, economizando recursos naturais.

O criador do Living Cocoon, Bob Hendrikx, disse que o seu objetivo com o caixão de micélio de cogumelos é criar um sistema de circuito fechado para eliminar os restos mortais e reparar, ao mesmo tempo, alguns dos danos ambientais causados ​​pelos homens ao planeta.

Micélio de cogumelo são cultivados para formar o Living Cocoon
Micélio de cogumelo cultivados para formar o Living Cocoon

Hendrikx considera os corpos humanos nutrientes e não resíduos para o meio ambiente. Para ele, o Living Cocoon permite que as pessoas se tornem uma com a natureza novamente, enriquecendo o solo e a vida ao seu redor depois de mortas.

O Living Cocoon está sendo desenvolvido pela Loop, a startup que Bob Hendrikx criou na Holanda para lidar com todo o processo de testes e vendas desse produto. Os testes estão sendo feitos em parceira com cooperativas funerárias em Haia e em Delft. 

Living Cocoon é formado por uma camada espessa de micélio de cogumelo
O Living Cocoon é formado por uma camada espessa de micélio de cogumelo

O primeiro lote de dez caixões de micélio foi testado com sucesso no verão deste ano em um funeral na Holanda. Entretanto, os pesquisadores ainda não avaliaram o impacto dos corpos humanos na qualidade dos solos e no aumento da biodiversidade.

Hendrikx e sua equipe estão, no momento, pesquisando fungos emissores de luz para encontrar uma maneira de fazê-los crescer do caixão, atravessar o solo e subir acima da terra, como um marcador de onde o corpo está enterrado. Assim, os cogumelos podem ser usados ​​no lugar das flores e luzes que as pessoas colocam no túmulo.

Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.