sexta-feira, maio 10, 2024
Meio AmbienteNotícias

Governadores do Sul e Sudeste assinam tratado para restauração da Mata Atlântica

Os governadores dos sete Estados brasileiros das regiões Sul e Sudeste assinaram, neste Sábado (21), o Tratado da Mata Atlântica, um documento que define um conjunto de metas ambientais para a restauração do bioma mata atlântica. Dentre as ações previstas, estão o plantio de 100 milhões de mudas de espécies nativas até 2026.

O plantio das espécies ocorrerá levando em conta as particularidades de cada Estado. Ao todo, serão 90 mil hectares de Mata Atlântica recuperados, o que equivale a 120 mil campos de futebol. O programa é considerado o maior do mundo em se tratando de reflorestamento de árvores nativas.

Além da restauração do bioma, está previsto, no Tratado da Mata Atlântica, a criação de unidades de conservação e de corredores ecológicos terrestres entre os sete Estados. Também, um corredor azul e a criação áreas de preservação na margem do Oceano Atlântico, a fim de proteger a vida marinha.

Outras medidas definidas no documento são a elaboração de um plano integrado para o enfrentamento de eventos extremos, sobretudo aqueles relacionados a chuvas e estiagens, e a ampliação de programas de recuperação de nascentes e de regularização ambiental.

O acordo ainda prevê a intensificação da fiscalização ambiental e do combate ao desmatamento ilegal em área de Mata atlântica. De acordo com o governador do Paraná, Ratinho Júnior, o combate aos crimes ambientais ocorrerão de forma conjunta entre os sete Estados.

Mata Atlântica

A Mata Atlântica é um dos biomas mais ricos em biodiversidade do planeta. Presente em 17 estados do Brasil, é composta por formações florestais, restingas, manguezais e campos de altitude. Localizado nas áreas litorâneas, abriga mais da metade da população brasileira que depende de seus recursos para abastecimento de água, pesca, turismo e produção de energia.

É um dos biomas mais ameaçados do país, restando apenas 12,4% da sua cobertura florestal original. Os remanescentes florestais da Mata Atlântica encontram-se, hoje, situados em regiões mais íngremes e de difícil acesso. As áreas de planícies e baixadas desse bioma foram praticamente dizimadas.

Apesar de ter sua área reduzida, a Mata Atlântica continua rica em diversidade biológica. Vivem nela cerca de 20 mil espécies vegetais, 261 espécies de mamíferos, 200 de répteis, 370 de anfíbios, 350 de peixes e 849 espécies de aves segundo dados do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIO).

Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.