sexta-feira, maio 10, 2024
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Brasil tem mais de 1,5 mil unidades de conservação no bioma Mata Atlântica

Um estudo realizado pela Fundação SOS Mata Atlântica revelou que existem, pelo menos, 1.530 unidades de conservação (UCs) municipais no bioma Mata Atlântica. Estas UCs estão distribuídas em 710 municípios de 17 Estados da Federação e abrangem uma área de, aproximadamente, 5,2 milhões de hectares.

A pesquisa foi publicada na semana passada no site da instituição. Nela, os pesquisadores avaliaram 1.257 municípios dos 3.429 inseridos no bioma, assim como combinaram dados de levantamentos anteriores. Por meio da análise desses dados, estimaram, pela primeira vez, as UCs municipais no bioma.

A estimativa mostrou que o Brasil tem quatro vezes mais UCs municipais em área de Mata Atlântica e uma área, aproximadamente, três vezes maior do que a que consta no Cadastro Nacional de Unidades de Conservação (CNUC) para o bioma. Os dados realçam a necessidade de uma atualização nos dados do CNUC.

Dos 1257 municípios analisados, apenas 710 contam com UCs em área de Mata Atlântica, sendo que a maioria (65%) têm uma única área protegida sob sua gerência e 3% deles têm mais de 10 sob sua responsabilidade. Em se tratando de tamanho de área protegida, o Estado que chama atenção é Minas Gerais.

Minas Gerais tem 305 UCs municipais, as quais abrangem uma área de 1.891.524 hectares. Já no quesito maior número de UCs municipais por Estado, o Rio de Janeiro se destaca. Ao todo, o Rio de Janeiro tem 420 UCs identificadas e área delas ocupam 702.938 ha. Paraná fica no quarto lugar no que se refere a área coberta de Mata Atlântica.

Mato Grosso mostrou ter a segunda maior área de UCs, aproximadamente 1,4 milhão de hectares e Paraná, a terceira. Por outro lado, Sergipe, Paraíba e Alagoas são os estados com os índices mais baixos de área protegida por UCs municipais em relação à área total inserida na Mata Atlântica: menos de 0,1%.

O estudo sobre as UCs municipais confirmou dados oriundos de três fases de levantamentos realizados pela SOS Mata Atlântica entre 2017 e 2022. No entanto, não trouxe, com exatidão, o total de áreas protegidas na esfera municipal devido a falta de informações. Esta área pode ser maior do que a contabilizada.

Apesar das limitações, o estudo demonstrou que houve uma expansão significativa de UCs municipais no bioma Mata Atlântica, o que é positivo. Essa tendência pode se consolidar nos próximos anos. Caso ocorra, ajudará na conservação da biodiversidade, na mitigação das mudanças climáticas e na melhoria da qualidade de vida da população.