sábado, maio 18, 2024
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Beija-flor com plumagem rara é visto em reserva de proteção no sul da Bahia

O beija-flor é um lindo animal que encanta pelas suas cores, delicadeza e habilidade de pairar no ar quando se alimenta. Considerado o menor pássaro do mundo, ele tem corpo delicado, bico alongado e jeito de voar único, além de uma plumagem colorida com tons metálicos.

Hoje, existem mais de 320 espécies de beija-flores no mundo, os quais vivem, na maioria, em áreas de climas tropicais e subtropicais. Cada um deles tem uma plumagem específica. Porém, recentemente, biólogos avistaram um beija-flor com plumagem branca, algo nunca visto anteriormente.

O pássaro foi visto na Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Estação Veracel, situada a 15 quilômetros do centro histórico de Porto Seguro, Bahia. A responsável pelo achado foi a analista ambiental da unidade, Regina Damascena, a qual apelidou a ave de “fadinha”.

Regina Damascena, quando viu “fadinha” na reserva, não sabia que se tratava de um achado inédito no mundo. Porém, ao compartilhar a foto do pássaro com outros estudiosos, descobriu ele que era um beija-flor com mutação genética. A mutação ocasionou o aparecimento da plumagem esbranquiçada.

Os estudiosos da RPPN Estação Veracel já sabem, hoje, que o beija-flor encontrado pela analista ambiental é do gênero Chlorestes. No entanto, não têm certeza se trata-se de um beija-flor-de-garganta-azul (Chlorestes notata) ou um beija-flor-roxo (Chlorestes cyanus).

O ornitólogo RPPN Estação Veracel, Luciano Lima, disse que ele e os demais estudiosos da reserva estão presenciando algo inédito. “Trata-se do primeiro beija-flor do gênero Chlorestes do mundo com uma mutação genética que o tornou praticamente todo branco”.

Segundo ele, essa mutação provavelmente é “uma diluição, chamada também por alguns pesquisadores de leucismo, a qual provoca uma diluição da pigmentação em partes da plumagem do animal”. No entanto, para confirmá-la, será necessário um estudo genético mais aprofundado”.

Lima esclarece que “fadinha” não é um beija-flor albino. Isto porque possui olhos pretos e um leve tom acinzentado nas penas e patas. Ele falou que, para o pássaro ser albino, precisaria ser totalmente branco e não ter pigmentação em outras partes do corpo além da plumagem”.

Hoje, são conhecidas seis espécies de beija-flores do gênero Chlorestes que são encontrados no México, América Central e América do Sul. Uma dessas espécies, o beija-flor-de-garganta-azul (Chlorestes notata), vive em ‘florestas de baixada’ ou ‘florestas de tabuleiro na Mata Atlântica.

Nessas formações florestais é que se localiza a RPPN Estação Veracel. Para Luciano Lima, lugares para a proteção da biodiversidade como esse são fundamentais para a sobrevivência desse beija-flor. Também, para observar e estudar um fenômeno raríssimo como de “fadinha”.

Por meio de observações, os pesquisadores ainda não conseguiram identificar se “fadinha” é uma ave macho ou fêmea. Eles estimam que o animal tenha cerca de um ano de vida. É um pássaro jovem tendo em vista que o de tempo de vida máximo para um beija-flor é de 12 anos.