sexta-feira, maio 10, 2024
Animais ameaçados

População de Baleias Jubarte sobe de 450 para 25.000

Após chegar à beira da extinção, as Baleias Jubarte do Atlântico Sul, cujo nome científico é Megaptera novaeangliae, estão dando sinais de recuperação. Um novo estudo afirma que a população dessa espécie aumentou de 450 para 25.000 indivíduos nas últimas décadas.

O levantamento, publicado na revista científica Royal Society Open Science semana passada, foi realizado em co-autoria por Grant Adams, John Best e André Punt da Escola de Ciências Aquáticas e da Pesca da Universidade de Washington.

Da quase extinção à recuperação

As baleias jubarte foram ostensivamente caçadas pela indústria baleeira desde o início do século XIX, levando quase a sua total destruição na década de 1950. O número de indivíduos que era de 27.000 foi reduzido a 450.

O declínio populacional da espécie, em 1960, chamou a atenção dos cientistas e logo foram implementadas ações protetivas. Em meados de 1980, a Comissão Internacional da Baleia emitiu uma moratória que impedia a comercialização desse mamífero no mundo.

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No Brasil, as ações conservacionistas em prol da espécie foram implantadas após a promulgação da Lei Federal n° 7.643 de 1987, a qual proibiu a pesca da baleia e de demais cetáceos nas águas jurisdicionais brasileiras.

Após a implementação das ações de preservação, a caça predatória foi reduzida significativamente e a população da baleia jubarte começou a crescer, dando sinais de recuperação.

Hoje, o número estimado de indivíduos está próximo a do anterior à caça predatória, segundo o estudo supracitado, mostrando que as ações em defesa do animal foram eficazes na conservação da espécie.

O Estudo

O estudo reconstruiu a trajetória populacional das baleias jubarte do Atlântico Sul do início do século XIX até os dias atuais. Os cientistas utilizaram registros detalhados da indústria baleeira, dados coletados em pesquisas aéreas e navais e técnicas avançadas de modelagem matemática para estimar a número de indivíduos da espécie.

Os pesquisadores concluíram que esse mamífero está se recuperando mais rapidamente do que se pensava. A contabilização da população está em torno de 25.000 animais, quantidade muito próxima a da anterior à caça predatória com 27.000. Isso mostra que as ações de conservação conseguiram salvar o animal da extinção.

Os dados apresentados na pesquisa contestaram uma avaliação feita pela Comissão Internacional da Baleia entre 2006 e 2015, o qual indicava uma recuperação de apenas 30% dos indivíduos dessa espécie de baleia.

O estudo também analisou os impactos do aumento das baleias na população de Krill, um tipo de camarão que é alimento deste animal, e na de outros predadores como a foca e o pinguim.

Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.