quarta-feira, setembro 18, 2024
Ciência e Tecnologia

Pesquisadores criam protetor solar a base de maracujá

Os protetores solares são fundamentais para o nosso dia a dia. Eles protegem a nossa pele da radiação solar, evitando o envelhecimento precoce, assim como o câncer de pele e queimaduras. Devido a sua importância, constantemente, fazem-se estudos para criar formulações mais eficazes desse produto.

Um desses estudos foi realizado na Universidade Federal da Bahia (UFBA), no qual pesquisadores desenvolveram um fotoprotetor a partir do extrato de maracujá do mato. Esta planta, cujo nome científico é Passiflora cincinnata, é encontrada comumente no semiárido nordestino.

Pesquisadores criam um protetor solar a base de maracujá do mato
O maracujá do mato (Passiflora cincinnata) é uma espécie comum do semiárido brasileiro

O responsáveis pela criação desse protetor solar são ex-estudante de mestrado da UFBA, Danilo Menezes Oliveira, o seu orientador, Prof. Mateus Freire Leite e seu co-orientador, Prof. Juliano Geraldo Amaral. A invenção já obteve a patente no Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI).

Mateus conta que ele e os outros analisaram, durante dois anos, o potencial de 13 espécies de plantas do semiárido brasileiro para uso em cosméticos. Nesse período, eles detectaram que o extrato das folhas da maracujá do mato funcionava como um protetor para radiação ultravioleta A e B.

Assim que descobriram essa propriedade da planta, iniciaram os testes e formularam o protetor solar. O professor explica que, na fabricação do produto, o extrato da planta é veiculado em sistema nanométrico e misturado a outros componentes para tornar-se um fotoprotetor.

De acordo com Mateus, a tecnologia desenvolvida por eles “pode ser associada a outros filtros solares e apresenta perfil sensorial de baixa oleosidade”. “O produto final pode ter diferentes formas de apresentação como spray, cremes, loções, géis e composições labiais”, acrescenta.

Mateus argumenta que esse protetor solar é um produto sustentável, pois tem como matéria-prima base uma fonte natural (as folhas do maracujá do mato). Também fala que a produção desse cosmético pode estimular a economia do semiárido.

Com essa atividade, “pode-se alcançar um relevante impacto social. Ao desenvolver formulações fotoprotetoras baseadas em princípios ativos naturais, extraídos sustentavelmente da biodiversidade brasileira, tem-se a possibilidade de fomentar a economia das regiões abrangidas”, diz Mateus.

Quando questionado sobre propostas para fabricar o produto, ele afirma que surgiu uma empresa interessada. Porém, esta interrompeu as negociações, pois percebeu que não existia uma produção em larga escala do maracujá do Mato. Ele espera que, futuramente, surjam novas propostas.

Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.