Lixão é transformado em floresta de mangue no Rio de Janeiro
Os lixões são espaços, a céu aberto, utilizados para dispor resíduos sólidos diretamente sobre o solo. Inadequados, já que não têm quaisquer medidas de proteção ao meio ambiente e à saúde pública, eles propiciam uma série de problemas como a contaminação de solos e lençóis freáticos, a proliferação de insetos e o mau cheiro.
Proibidos desde a promulgação da Lei 12.305 de 2010, eles continuam existindo no Brasil, o que é lamentável. No entanto, alguma iniciativas estão pondo fim a alguns desses lixões e uma delas foi a promovida pela Companhia Municipal de Limpeza do Rio em parceria com uma empresa privada.
As duas organizações retiraram o lixo do famoso aterro Jardim Gramacho, considerado um dos maiores da América Latina, e o substituiu por manguezais. Situado às margens da Baía de Guanabara, no Estado do Rio de Janeiro, o aterro tem, hoje, uma floresta de mangue repleta de vida.
O projeto começou há dez anos com o plantio de 10 hectares de mudas de mangue. Porém, foi ampliado e, hoje, conta com 60 hectares de manguezais, o que equivale a 60 campos de futebol oficiais. A área plantada no aterro Jardim Gramacho é a maior área de manguezal recuperada na Baía de Guanabara.
Durante a execução do projeto, outras organizações também buscaram restaurar manguezais ao longo da Baía de Guanabara. Algumas delas foram a Ocean Pact, que recuperou 12,5 hectares de mangue, o Instituto Mar Urbano, o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e a cooperativa de trabalhadores de manguezal local.
O resultado dessas iniciativas foi a melhoria da qualidade ambiental do local. Com a área de manguezais recuperada, espécies endêmicas, que haviam sumido local, começaram a retornar. A restauração da vegetação no aterro Jardim Gramacho é inspiradora, mas é apenas um passo pequeno rumo a recuperação da natureza na Baía de Guanabara.