domingo, maio 12, 2024
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Fungicida à base de óleos essenciais combate pragas em culturas de soja

Pesquisadores da Linax, empresa com sede em Votuporanga, no interior de São Paulo, com apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), desenvolveram um fungicida à base de óleos essenciais que combate pragas em culturas de soja no Brasil. O produto tem baixo impacto ambiental e alto potencial econômico.

O fungicida consiste em uma mistura de óleos extraídos de diferentes plantas. Esta mistura é encapsulada por polímeros naturais que liberam a substância de forma lenta e prolongada, ampliando seu período de ação na lavoura e diminuindo o risco dessas pragas desenvolverem algum tipo de resistência.

Protótipos desse composto foram testados contra o fungo Phakopsora pachyrhizi, causador da ferrugem asiática, uma das doenças mais severas que incidem na cultura da soja no país. Esse patógeno ataca as folhas da planta, afetando sua capacidade de realizar fotossíntese e de formar grãos saudáveis. Se não controlada adequadamente, chega a inviabilizar até 90% da plantação, gerando prejuízos que podem alcançar os bilhões de reais.

Nos testes, o produto apresentou efeito equivalente ao dos fungicidas mais usados no combate dessa praga no Brasil. Quando combinado com fungicidas convencionais, apresentou uma eficácia superior ao dos vendidos no mercado.

Para o sócio-proprietário da Linax, Nilson Borlina Maia, o resultado dos testes mostrou que é “possível diminuir o uso dos fungicidas convencionais, que são nocivos à saúde humana, animal e ao meio ambiente, adicionando a eles uma dose da nossa solução à base de óleos essenciais”.

O fungicida da Linax deve ser lançado ainda este ano. Segundo Maia, a empresa pretende usar a estratégia contra fungos que causam doenças em outras culturas. Eles também trabalham com soluções ambientalmente sustentáveis para ampliar a eficácia de defensivos biológicos.

“Estamos desenvolvendo um projeto com a Unesp [Universidade Estadual Paulista] para encapsular fungos e bactérias usados no controle de pragas e doenças que afetam as lavouras, de modo a protegê-los dos raios ultravioleta e aumentar sua viabilidade e eficácia”, afirma o engenheiro agrônomo.


Com informações da Agênica Fapesp