sexta-feira, abril 26, 2024
Ciência e Tecnologia

Cientistas criam tecnologia que elimina testes em animais

Cientistas da Universidade Hebraica de Jerusalém descobriram uma forma livrar milhões de animais de experimentos em laboratório. Eles desenvolveram uma tecnologia que permite testar novas drogas sem o uso de bichos.

A tecnologia é um chip feito com tecido humano que simula as reações do corpo de uma pessoa. Esse tecido tem sensores microscópicos que permitem monitorar, com precisão e em tempo real, a resposta do corpo a tratamentos com medicamentos específicos.

tecnologia elimina testes em animais
Yaakov Nahmia segurando o chip que simula as reações do corpo humano

O pesquisadores testaram a eficácia do chip introduzindo uma droga comumente usada contra o câncer: a cisplatina. No experimento, ele replicou o efeito da droga em humanos e ainda comprovou que a cisplatina causa um perigoso acúmulo de gordura nos rins.

Os estudiosos também avaliaram a invenção inserindo a cisplatina junto com a empagliflozina, um remédio de diabetes. A partir da reação do chip a essas substâncias, foi possível provar que a empagliflozina, em presença da cisplatina, reduz o acúmulo de gordura nos rins. Esses resultados foram relatados na revista científica Science Translational Medicine.

O sucesso do experimento com o chip fez os cientistas solicitarem a patente e a aprovação de um novo remédio à agência de saúde americana sem antes testá-lo em animais. O remédio é uma combinação da cisplatina com empagliflozina que seria usado no combate ao excesso de gordura no fígado.

O diretor da Grass Center for Bioengineering da Universidade Hebraica, Yaakov Nahmia disse que é a primeira vez que uma droga é proposta à aprovação sem testes em animais. Para ele, isto ocorreu porque a tecnologia de chip com tecido humano eliminou essa necessidade.

Nahmia afirma que os testes em animais, além de prejudicarem a saúde dos bichos, fornecem resultados imprecisos, pois estes possuem genética, fisiologia e metabolismo diferentes dos humanos. “Muitas vezes falham em replicar a reposta humana”, acrescenta.

Os testes em animais também são demorados, levam de 4 a 6 anos, e custam milhões de dólares. Porém, com o chip de tecido humano, os pesquisadores conseguiram criar uma nova droga em apenas oito meses, por uma fração do custo e sem o uso de um único bicho.

Para Yaakov, a nova tecnologia “tem o potencial de reduzir significativamente o tempo de testes e produção de drogas, ao mesmo tempo que elimina a necessidade de testes em animais nos laboratório. “Isso vai economizar tempo, dinheiro e principalmente sofrimento desnecessário”, acrescenta.


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Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.