quarta-feira, setembro 18, 2024
Ciência e Tecnologia

Brasileiro cria novo tratamento de esgoto que reduz poluentes nitrogenados

O engenheiro ambiental, Bruno Garcia Silva, desenvolveu um novo sistema de tratamento de esgoto que reduz em até 70% a concentração de compostos nitrogenados. O método foi divulgado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).

Bruno Garcia criou o novo sistema de tratamento de águas residuais durante seu doutorado em engenharia hidráulica e saneamento na Universidade de São Paulo (USP). Os resultados do seu estudo foram publicados na revista científica Environmental Technology.

O sistema dele é formado por um novo modelo de reator anaeróbico de baixo custo que permite bactérias transformarem parte dos compostos nitrogenados em uma película removível sobre a espuma de poliuretano. Segundo o engenheiro, o diferencial desse método é justamente a formação dessa película (biofilme).

Para criar o reator, Garcia e outros pesquisadores aperfeiçoaram um modelo matemático capaz de prever o mecanismo de remoção de nitrogênio do biofilme. Essa tecnologia tem como objetivo transformar os compostos em gás nitrogênio, considerado inofensivo ao ambiente.

A remoção de compostos nitrogenados, como nitrito, nitrato e amônia, de esgotos e da indústria é extremamente importante para evitar a contaminação de lagos, represas, córregos e até grandes aquíferos. Além disso, a contaminação pode auxiliar no desenvolvimento de doenças em humanos, como a síndrome do bebê azul.

Garcia disse que a remoção de nitrogênio das águas residuais é algo realizado em poucas estações de tratamento de esgoto no Brasil devido a falta de infraestrutura e tecnologia. Segundo ele, na Europa e nos Estados Unidos isso esse tratamento é feito com maior facilidade. 

“Aqui [no Brasil], geralmente se usa o reator anaeróbio, que gera um efluente com baixa carga orgânica, e isso dificulta o processo de remoção do nitrogênio”, disse Bruno. Sua ideia agora “é trazer, com a sua invenção, a infraestrutura necessária para tratar os compostos nitrogenados do esgoto no Brasil.


Com informações da FAPESP