Pesquisador descobre microrganismos que combatem a sarna em plantações de batata
A batata é um dos alimentos mais consumidos no mundo. No Brasil, este tubérculo é cultivado em cerca 100 mil hectares, gerando mais de 3 milhões de toneladas por ano segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse produto tem grande valor econômico, o qual pode se perder a com a infestação de doenças nas plantações.
Já não é de hoje que pragas comprometem a produção e depreciam o preço dos produtos agrícolas no mercado. Uma dessas pragas é a sarna comum que cria necrose na batata. Com o propósito de combatê-la, o agrônomo, John Porto, e sua orientadora de doutorado, Tiyoko Nair Hojo, da Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia (UESB), pesquisaram um método sustentável para controlá-la.
John e Tiyoko estudaram plantações de batata da Chapada Diamantina infestadas pela sarna, uma doença causada pela bactéria do gênero Streptomyces que é encontrada no solo. A sarna infecta as batatas em seus estágios iniciais de formação, formando feridas que vão tomando toda a superfície ou parte dela durante o seu crescimento.
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Para conter essa patologia nas lavouras, os pesquisadores utilizaram o método biológico de controle de pragas. Esse método usa microrganismos para competir, parasitar ou inibir o desenvolvimento de outros organismos causadores doenças. No experimento, os cientistas testaram os fungos da espécie Trichoderma longibrachiatum e Trichoderma harzianum e a bactéria Bacillus subtilis no controle da Streptomyces.
Nos testes, os fungos e a bactéria avaliados pelo cientistas apresentaram ação de controle sobre a Streptomyces, a grande vilã das plantações de batatas. A descoberta ajudará, futuramente, na redução ou eliminação do uso de pesticidas que são produtos poluentes. Isso permitirá a produção de alimentos mais saudáveis com menos impacto ambiental.
Jonh Porto acredita que sua pesquisa sobre controle biológico de pragas nas plantações ampliará a produção científica sobre essa temática, assim como impactará positivamente a vida do produtor rural e do consumidor final. Para ele, esse método de combate a praga, embora novo, é muito vantajoso para o ambiente e a sociedade, pois reduz o uso de produtos químicos nas lavouras.