sábado, setembro 14, 2024
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Tasmânia torna-se o terceiro lugar do mundo a negativar emissões de carbono

A tasmânia é uma remota ilha da Austrália, conhecida por suas vastas áreas selvagens e de relevo acidentado, as quais encontram-se, na maior parte, dentro de parques e reservas. Esse lugar costuma ganhar a atenção do público por suas belezas naturais, mas, recentemente, ganhou os holofotes por um motivo diferente.

Esse local tornou-se o terceiro lugar do mundo a negativar suas emissões líquidas de carbono, algo que somente países como o Butão e o Suriname haviam conseguido. O que provocou essa mudança, segundo um estudo recente, foi a redução das atividades de extração de madeira na região.

O estudo, que chegou a essa conclusão, foi realizado por pesquisadores da Universidade Nacional da Austrália e da Universidade de Griffith. Nele, os cientistas analisaram o estoque de gases de efeito estufa do país, observando a participação de cada estado nas emissões

Ao examinarem os estoques de gases de efeito estufa da Tasmânia, perceberam que este estado havia negativado o carbono. Ao investigarem a razão disso, descobriram que dois milionários ambientalistas australianos haviam comprado a maior fábrica de cavacos de madeira da região para fechá-la.

Com o fechamento da fábrica, bem como a desativação das exportações de cavacos de madeira e de celulose de papel, houve uma grande queda na extração de madeira das florestas nativas do estado. Como resultado, a Tasmânia manteve árvores que absorvem e armazenam mais dióxido de carbono do que emite. 

“É uma conquista notável para a Tasmânia ser negativa em carbono líquido”, disse o professor David Lindenmayer, coautor do artigo . “Ouvimos muito sobre carbono neutro, mas não carbono negativo. Esta é uma das primeiras vezes no planeta que alguém já fez esse tipo de reversão.”

Os autores do estudo entendem que o manejo florestal é um componente fundamental para reduzir as emissões de gases de efeito estufa. Para eles, outros estados e territórios devem adotar estratégias semelhantes a da Tasmânia para ajudar a cumprir as metas do Acordo de Paris. 

Os especialistas sugerem que fazendas ou plantações de árvores podem ser suficientes para satisfazer a demanda por madeira sem aumentar as emissões. Porém, ressaltam que é vital proteger e aumentar os estoques de carbono do ecossistema florestal natural.

Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.