Lagarto ameaçado de extinção é redescoberto no Tocantins
O Brasil é considerado o país com a terceira maior biodiversidade de répteis do mundo. Abriga, segundo dados Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade – ICMBIO, 848 espécies em seu território, as quais vem sendo ameaçadas pela crescente perda e alteração de seu habitat natural.
Desse total, cerca de 80 espécies estão em risco de extinção, o que é preocupante tendo em vista a importância desses animais para o equilíbrio ambiental. Sendo em sua maioria predadores, os répteis são fundamentais na natureza, pois ajudam no controle da população de diversas espécies de invertebrados e vertebrados.
Uma das espécies em risco de extinção, hoje no Brasil, é a Bachia psamophila, um pequeno lagarto que vive no Cerrado. Descoberto em 1999, durante estudos de impacto ambiental da da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães (ou Lajeado), no Tocantins, o animal, há décadas, não era visto no ambiente natural.
No entanto, numa expedição científica recente, realizada entre e 26 de setembro a 6 de outubro de 2023 no município de Miracema do Tocantins, cientistas avistaram novos exemplares do lagarto. A redescoberta de novos indivíduos trouxe esperança quanto ao futuro da espécie.
Os largatos foram vistos pela equipe de pesquisadores do Plano de Ação Nacional para a Conservação das Espécies Ameaçadas de Extinção da Ictiofauna, Herpetofauna e Primatas do Cerrado e Pantanal (Cerpan). Os animais foram encontrados no mesmo lugar em que a espécie foi descoberta.
O lagarto Bachia psamophila
Bachia psamophila é um pequeno lagarto caracterizado por ter um corpo semelhante a de uma serpente, membros muito pequenos, cauda alongada e adaptações ao estilo de vida subterrâneo. Endêmica do Brasil e do bioma Cerrado, a espécie vive apenas em dunas dos municípios de Palmas e de Porto Nacional, no Tocantins.
A população dessa espécie foi extremamente afetada com a implantação da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães (ou Lajeado) já que a construção deste empreendimento suprimiu uma área extensa de dunas. Suspeita-se que 80% da população dessa espécie foi perdida com implantação da usina.
Hoje, a Bachia psamophila é considerada uma espécie Criticamente em Perigo, ou seja, está em extremo risco de ser extinta na natureza. As maiores ameaças a espécie atualmente são o desmatamento para implementação de atividades agrícolas, mineração de areia e seixo e a construção de casas de veraneio.