Estudantes transformam óleo de cozinha usado em biocombustível
O óleo de cozinha usado é um resíduo simples que a maioria das pessoas descarta no ralo da pia. Embora pareça inofensivo, ele pode causar sérios problemas ambientais como o entupimento de encanamentos, a poluição de rios e mares e a mortandade de peixes e de outras espécies.
Para se ter uma ideia, um litro do óleo descartado no ralo pode contaminar até 25 mil litros de água segundo dados da Companhia de Saneamento de São Paulo – Sabesp. Isto porque suas substâncias não se dissolvem na água e, quando em contato com cursos d´’agua, provocam redução do oxigênio presente neles.
No intuito evitar esse tipo de contaminação e reaproveitar óleo usado na escola, um grupo de estudantes do interior do Paraná transformaram óleo descartado em um tipo de biocombutível. O produto foi usado como combustível num ônibus público e este rodou por quase uma semana sem precisar ser abastecido.
As responsáveis pela invenção são Eduarda Priscila Miura, de 17 anos, Luiza Alves de Souza, 17, Leticia Ayumi Tazima Sato, 17, Eduarda Pietra Santos Paixão, 16, e Fabiane Hikari Kikuti, 16. As cinco são alunas do Colégio Estadual Conselheiro Carrão, que fica em Assaí, a quase 400 km da capital Curitiba.
As jovens desenvolveram o biocombustível com orientação do professor de química e física Matheuss Rossi e com apoio da Universidade Federal do Paraná (UFPR). Esta instituição permitiu que elas acessassem seu laboratório de química e usassem os reagentes necessários para a produção do biodiesel.
As primeiras levas de biocombustível foram produzidas na própria escola, mas as demais foram desenvolvidas dentro da UFPR. O resultado satisfatório do produto fez com que as estudantes criassem a BIOSUN, uma startup júnior que tem como missão dar um destino adequado ao óleo de cozinha usado.
A ideia das estudantes é transformar, com o apoio da Prefeitura, parte dos ônibus escolares em uma linha específica que só opere com o biodiesel produzido por meio do projeto delas. Essa medida, segundo Matheus, solucionaria o problema do descarte irregular do óleo de cozinha na cidade.
Quando questionadas sobre os próximos passos para o BIOSUN, as jovens disseram que a intenção é expandir por todo o município o biodiesel criado por elas. Para o professor Matheus, para isso acontecer será necessário apoio do setor privado, algo que não têm até o momento.