sábado, setembro 14, 2024
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Animais em extinção

A extinção de animais é o desaparecimento total de uma espécie no planeta. É um processo natural que ocorre desde o princípio da vida na Terra devido a mudanças drásticas nas condições ambientais do planeta como erupções vulcânicas, impacto de meteoritos ou asteroides e mudanças climáticas. Porém, também pode ser provocada pela ação antrópica e hoje esta exerce o papel principal na extinção prematura das espécies.

Segundo os biólogos Stuart Primm e Edward Wilson, as atividades humanas aumentaram de 100 a 1000 vezes a taxa natural de extinção ao longo do século XX, o que pode levar ao desaparecimento de metade das espécies do planeta até 2100 se não forem tomadas medidas urgentes. As principais causas da extinção das espécies são a destruição ou degradação dos habitats, a introdução de espécies exóticas, a exploração excessiva de plantas e animais, o uso de híbridos e de monoculturas na agroindústria, a caça predatória, as mudanças climáticas e a poluição dos mares, rios, atmosfera e solos.

De acordo com a União Internacional para Conservação da natureza (IUCN), existem, no momento atual, mais de 28.000 mil espécies de animais ameaçados de extinção em todo o mundo. No Brasil, o Ministério do Meio Ambiente reconheceu 1.173 espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção, das quais 110 são mamíferos, 234 aves, 80 repteis, 41 anfíbios, 409 peixes e 299 invertebrados. Confira abaixo algumas espécies ameaçadas de extinção.

Espécies brasileiras ameaçadas de extinção
Onça pintada (Panthera onca)

As onças-pintadas são animais em extinção que ocorrem em quase todos os biomas brasileiros, com exceção do Pampa. Cerca de 50% da área do país ainda é considerada adequada à ocorrência da espécie. Apesar desta ampla distribuição, o tamanho populacional efetivo estimado é menor do que 10.000 indivíduos. As principais ameaças à espécie são a perda e fragmentação de habitat associadas principalmente à expansão agrícola, mineração, implantação de hidrelétricas, ampliação da malha viária e a eliminação de indivíduos por caça ou retaliação por predação de animais domésticos.

onça pintada
Onça pintada. Fonte: Jornal Opção.
Arara Azul de Lear (Anodorhynchus leari)

A arara-azul-de-lear é uma espécie ameaçada de extinção que ocorre exclusivamente na caatinga baiana, na região conhecida como Raso da Catarina. O tráfico de animais silvestres e a destruição do habitat são os principais fatores de ameaça à espécie.

animais ameaçados
Arara azul de lear. Fonte: Carta Capital.
Tamanduá bandeira (Myrmecophaga tridactyla)

É uma espécie não endêmica do Brasil que ocorre em outros países da América Latina. No Brasil, está presente em todos os biomas brasileiros e ocorre nos estados do Acre, Rondônia, Amazonas, Pará, Roraima, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Distrito Federal, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, Bahia, Minas Gerais, São Paulo e Paraná. As principais ameaças ao tamanduá bandeira são os incêndios, a agropecuária, o desmatamento, o aumento da matriz rodoviária e a desconexão e redução de habitat natural.

Tamanduá bandeira
Tamanduá bandeira

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Lobo Guará (Chrysocyon brachyurus)

É uma espécie de mamífero ameaçada de extinção que ocorre nos biomas do Cerrado e Pampa. Suas principais ameaças são o desmatamento e a pecuária.

animais em extinção
Lobo guará.
Mico Leão Dourado (Leontopithecus rosalia)

É uma espécie endêmica do Brasil, típica da Mata Atlântica, que ocorre no estado do Rio de Janeiro. Suas principais ameaças são os incêndios, assentamentos rurais, expansão urbana, competição com espécies exóticas, aumento da matriz rodoviária e desconexão e redução de hábitat.

animais em extinção
Mico leão dourado
Boto cor de rosa (Inia geoffrensis)

É uma espécie endêmica dos rios da bacia Amazônica, onde sempre foi abundante e amplamente distribuída. Os golfinhos fluviais encontram-se entre as espécies mais ameaçadas de extinção em função do conflito pelo uso dos recursos hídricos e ictiológicos.

boto cor de rosa
Boto cor de rosa
Jacutinga (Aburria jacutinga)

É uma ave que ocorre no nordeste da Argentina, no sudeste do Paraguai e no Brasil (da Bahia ao Rio Grande do Sul). Foi extinta em muitas áreas de sua distribuição original e, hoje, estima-se que haja menos de 2.500 indivíduos. As principais ameaças a essa espécie a caça e a perda da qualidade do habitat natural.

animais em extinção
Jacutinga
Ariranha (Pteronura brasiliensis)

É um mamífero característico dos biomas Cerrado, Mata Atlântica, Pantanal e Amazônia, o qual teve um declínio de sua população devido a caça predatória. Atualmente, essa espécie está quase limitada à Bacia Amazônica e ao Pantanal e suas principais ameaças são a construção de hidrelétricas de pequeno e grande porte e os conflitos com pescadores, devido a sua interferência na aquicultura.

ariranha
Ariranha
Cervo do Pantanal (Blastocerus dichotomus)

O cervo-do-pantanal é a maior espécie de cervídeo da América Latina, alcançando até 130 Kg. Habita as várzeas das planícies de inundação dos grandes rios e de seus tributários. Teve sua população reduzida pela construção de hidrelétricas na Bacia do rio Paraná e, hoje, tem como ameaças a caça ilegal e a redução de habitat pelas atividades agropecuárias.

animais em extinção
Cervo do Pantanal
Pica-pau-amarelo (Celeus flavus subflavus)

É uma ave endêmica do Brasil, ocorrendo originalmente de Alagoas ao Rio de Janeiro. Atualmente os registros dessa espécie restringem-se a três localidades na Bahia e algumas no Espírito Santo. Suas principais ameaças são o desmatamento, o corte seletivo, a queimada, as pastagens e a silvicultura.

pica-pau amarelo
Pica-pau amarelo
Baleia Franca (Eubalaena australis)

É uma espécie migratória que possui distribuição circumpolar no hemisfério sul. Procura a costa brasileira, principalmente o Litoral Sul do país, para acasalamento e procriação no período do inverno. Teve sua população drasticamente reduzida com a caça ilegal e hoje sua principal ameaça é o trafego marítimo e o turismo.

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Baleia Franca
Tatu Bola (Tolypeutes tricinctus)

É a menor, menos conhecida e única espécie de tatu endêmica do Brasil e sua distribuição se restringe à Caatinga e ao Cerrado brasileiro. As principais ameaças a essa espécie são a caça predatória e a perda de hábitat pela expansão da monocultura, desmatamento e aumento da matriz energética.

tatu bola
Anta (Tapirus terrestris)

A anta é o maior mamífero terrestre brasileiro, o qual pode chegar a 2 metros de comprimento. Conhecida por seu focinho alongado, que lembra uma tromba, ocorre na maior parte do país, nos biomas Amazônico, mata atlântica, cerrado e Pantanal. Na Caatinga, foi considerada regionalmente extinta. Suas principais ameaças são a caça, atropelamento, desmatamento, fragmentação de habitat, crescimento de áreas urbanas, fogo, e perda de habitat para estabelecimento de pastagens exóticas.

anta
Anta. Fonte: Richard Bodmer.

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Lucila Freire

Geógrafa e Especialista em Gestão e Auditoria Ambiental. Atua como Consultora Ambiental. Fundou o Sustentabilidade No Ar, pois acredita na forte influência que os meios de comunicação têm sobre a sociedade e quer utilizá-lo para inspirar pessoas e promover conscientização ambiental.