Presos fazem plantio de 350 mudas de árvores nativas em Osvaldo Cruz
Ser preso e cumprir pena é uma marca que faz a sociedade rejeitar a presença de detentos em qualquer lugar ou trabalho. Isto porque são considerados perigosos aos olhos da maioria, o que é compreensível. No entanto, essas pessoas podem ser bastantes úteis à sociedade e ao ambiente se direcionados para ações planejadas.
Pensando em tornar esses presos úteis, uma penitenciária, do município de Osvaldo Cruz, interior de São Paulo, levou homens, sentenciados ao regime semiaberto, a fazerem o plantio de 350 mudas de árvores nativas. O plantio se deu num terreno detrás da cadeia, o qual corta áreas de lavouras e pastagens.
A ação foi realizada em parceria com a Prefeitura da Osvaldo Cruz, a qual cedeu maquinário, implementos agrícolas e orientação técnica. As mudas utilizadas para o plantio foram cultivadas na própria unidade prisional por funcionários e presidiários. Ao todo, foram plantadas 350 mudas.
Das 350 mudas plantadas, cem foram de ipês (ipê-branco, ipê-rosa e ipê-amarelo). Já as outras 250, foram de outras espécies nativas da região como o flamboyant, a louveira, a unha-de-vaca, a atemóia, o arco-de-peneira, a goiaba-vermelha, o ingá-feijão, a taiúva e a banana-de-macaco.
O plantio foi conduzido pelo agrônomo e secretário de Agricultura e Meio Ambiente de Osvaldo Cruz, Guilherme de Pietro Trovó. A Prefeitura de Osvaldo Cruz pretende acompanhar a fase inicial de crescimento das mudas, assim como disponibilizar um caminhão-pipa para irriga o plantio.
Segundo o gestor da penitenciária, Roberto Cristiano Turri, “a ação visou aspectos de “ressocialização das pessoas privadas de liberdade, bem como a preservação de árvores nativas da região, além de contribuir com mais verde ao local e proporcionar o belo efeito que os ipês promovem quando florescem”.
A iniciativa de levar os presos para plantar mudas em Osvaldo Cruz não é a única do país. Segundo as secretarias estaduais de Administração Penitenciária, em São Paulo e Rio de Janeiro, existem hoje quinze unidades prisionais que participam de programas de reflorestamento.
Esses programas de reflorestamento são interessantes tanto do ponto de vista ambiental como social, pois, além de criarem áreas verdes, pagam salários aos detentos e reduzem a pena prevista para eles. Com eles, os presos mantém-se motivados a trabalhar e afastados do crime.
