Tecnologia converte água salgada em potável em menos de 30 minutos
Uma equipe internacional de pesquisa desenvolveu uma tecnologia que pode converter grandes volumes de água do mar seguros para beber em menos de 30 minutos. A inovação dessaliniza a água com mais eficiência que os métodos atuais e usa energia renovável no seu funcionamento.
A invenção, que é um filtro, pode gerar centenas de litros de água potável por dia e requer apenas a luz solar direta para purificar a água salgada. O equipamento é fabricado com compostos organometálicos (MOF) – íons metálicos que formam um material cristalino. Tem baixo custo e é sustentável.
Chamado de PSP-MIL-53, o filtro inovador dessaliniza a água atraindo e retendo moléculas de sais que depois são convertidas em sal quando colocadas sob a luz do sol. Esse processo de dessalinização leva menos de quatro minutos, mas gera água potável e de boa qualidade para consumo.
A Organização Mundial de Saúde considera água potável de boa qualidade aquela que tem um sólido dissolvido total (TDS) de menos de 600 miligramas por litro (mg/L). Com o PSP-MIL-53, os pesquisadores atingiram um TDS de menos de 500 mg/L em apenas meia hora e conseguiram filtrar partículas nocivas da água.
O professor Wang, do Departamento de Engenharia Química da Monash University, defende a dessalinização como uma opção viável para resolver a falta de água no mundo. De acordo com ele, tanto a água salgada quanto salobra existe em grandes quantidades no mundo e deveriam ser aproveitadas após o tratamento adequado.
O filtro PSP-MIL-53 é uma potencial tecnologia para solucionar o problema da falta de água limpa, pois gera um volume considerável de água doce em pouco tempo usando energia solar. Além disso, não usa produtos químicos no seu funcionamento e consome menos energia que dessalinização térmica evaporativa.
De acordo com Wang, “a energia solar para filtragem é usada há muito tempo… Mas leva muitas horas para produzir água suficiente para uso doméstico”. “Usamos a luz solar para reciclar nosso material, e leva apenas alguns minutos “, acrescenta.
Questionado sobre o custo desse novo aparelho, o professor disse que ainda há um longo caminho a percorrer para torná-lo acessível à população. “O material sintetizado em laboratório não é barato. O custo de sua produção deve diminuir muito quando for fabricado em larga escala”, afirma. “Esperamos que o material esteja amplamente disponível e acessível após mais pesquisa e desenvolvimento”, conclui.