sábado, setembro 14, 2024
Meio Ambiente

Produção global de energia movida a carvão cai em 2020

A produção global de energia movida a carvão caiu pela primeira vez no primeiro semestre de 2020. Isso se deve ao fechamento de um número significativo de usinas termoelétricas, assim como à suspensão de novos projetos industriais por conta da pandemia do coronavírus.

Nesse período, o fechamento de fábricas ultrapassou o início de novas unidades, principalmente na Europa e nos Estados Unidos, segundo relatório do Global Energy Monitor. A queda líquida na produção foi de 2,9 gigawatts, pouco mais de 0,1% da capacidade mundial de geração de carvão. Embora pareça uma redução pequena, marca uma virada na queima do combustível fóssil para produzir eletricidade.

Gráfico da Global Energy Monitor que mostra a redução na produção de energia a carvão
Gráfico da Global Energy Monitor que mostra a redução na produção de energia a carvão

“A pandemia de Covid interrompeu o desenvolvimento da usina a carvão em todo o mundo e oferece uma oportunidade única para os países reavaliarem seus planos de energia futuros e escolherem o caminho ideal em termos de custo, que é substituir a energia do carvão por energia limpa”, disse Christine Shearer, diretora do programa para carvão no Global Energy Monitor.

À medida que as economias desenvolvidas na Europa e na América do Norte mudam cada vez mais para fontes de energia mais limpas, as empresas de mineração procuram países asiáticos de rápido crescimento para aumentar a demanda por combustível fóssil altamente poluente.

Apesar disso, a demanda mundial por carvão deve ter sua maior queda anual desde a Segunda Guerra Mundial, à medida que a atividade econômica despenca devido ao bloqueio do coronavírus, disse a Agência Internacional de Energia em abril.

O ritmo de novas construções na Ásia está diminuindo. Países como Bangladesh e Vietnã estão considerando restringir ou adiar novas usinas a carvão, de acordo com o Global Energy Monitor que reúne informações de fontes públicas, como artigos da mídia e agências não governamentais.

A China, que detém 60 % das termoelétricas no mundo, pretende manter a expansão da energia a carvão no país. Isto levaria a um excesso de produção energética e, consequentemente, uma redução do uso deste tipo de energia. Um estudo da Universidade de Maryland projeta que a taxa média de utilização das usinas a carvão do país poderia cair para 45% até 2025.

A Organização das Nações Unidas pediu uma moratória na construção de novas usinas de carvão até 2020 para ajudar a cumprir as metas do acordo climático de Paris. Contudo, há cerca de 190 gigawatts de capacidade em construção em todo o mundo, de acordo com o GEM.

Com informações da Boomberg