Estudo diz ser possível coexistência pacífica entre humanos e vida selvagem
A convivência entre humanos e a vida selvagem sempre foi conflituosa devido a disputas por território e por ações de autodefesa, prevenção e retaliação. Esse embate já impactou a população de muitas espécies e pode levar a extinção de muitos animais e plantas.
Apesar de complexa essa relação, um relatório, lançado na semana passada pelo Programa da ONU para o Meio Ambiente (Pnuma), em conjunto com a Rede WWF, afirma ser possível manter a coexistência pacífica entre os dois com ações planejadas e integrativas.
Intitulado “Um Futuro para Todos: A necessidade de coexistência entre humanos e animais selvagens”, o relatório destaca que o conflito homem-animal, a longo prazo, é uma das principais ameaças à sobrevivência de espécies conhecidas como tigres e elefantes.
A matança oriunda desse conflito “afeta mais de 75% das espécies de gatos selvagens do mundo, bem como muitas outras espécies de carnívoros terrestres e marinhos, como ursos polares e focas-monge do Mediterrâneo, e grandes herbívoros, como elefantes”.
Segundo o documento, “o conflito humano-vida selvagem traz tantos problemas de ordem social e econômica quanto ambientais. Ele afeta a renda de agricultores, pastores, pescadores artesanais e povos indígenas, especialmente aqueles que vivem na pobreza.
Além disso, interfere no acesso à água para as comunidades que competem com a vida selvagem pelas fontes de água locais. Isso provoca aumenta a desigualdade, pois aqueles que pagam o preço por viver com a vida selvagem raramente recebem os benefícios da coexistência.
O estudo diz que não é possível erradicar completamente os conflitos homem-animal, mas sim reduzi-los e criar uma forma de coexistência pacífica. Isso seria alcançado com trabalhos de prevenção, mitigação, resposta, pesquisa e monitoramento. Cita-se, como exemplo, o uso de cercas e o mapeamento de pontos críticos.
Também afirma que a redução do conflito homem-vida selvagem “pode trazer oportunidades e benefícios não apenas para a biodiversidade e as comunidades afetadas, mas também para a sociedade, o desenvolvimento sustentável, a produção e a economia global em geral”.
O relatório teve a contribuição de 155 especialistas de 40 organizações existentes em 27 países. Seus elaboradores asseguram que, seguindo as sugestões presentes no nele, será possível proteger a vida selvagem e impedir a extinção de diversos animais e plantas no mundo.
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