ONU e MMA lançam projeto para combater a desertificação na Caatinga
O Ministério de Meio Ambiente (MMA), em parceria com Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO) lançou o projeto Redeser que visa combater processos de desertificação em áreas de Caatinga. A iniciativa contará com investimentos de 1,5 milhão de reais do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF).
A ser iniciado em Uauá, município do semiárido baiano, o projeto será executado pela Fundação Araripe. Esta desenvolverá atividades focadas no fortalecimento da gestão sustentável da caatinga, no aperfeiçoamento da criação de caprinos, na geração de renda e na promoção do uso dos recursos naturais sem gerar danos ao meio ambiente.
A expectativa é atender 800 famílias de 12 comunidades tradicionais no sertão baiano e promover o uso sustentável de 13 mil hectares de áreas de Caatinga. Também, ampliar a oferta de alimentos saudáveis para os beneficiários do projeto. Estes alimentos serão disponibilizados para o mercado local, especialmente em feiras.
Com duração de 18 meses, o programa “buscará interromper processos de desertificação, conservar e recuperar a vegetação nativa em áreas degradadas, além de valorizar e fortalecer as práticas de comunidades tradicionais de Fundo e Fecho de Pasto, caracterizadas pelo uso coletivo dos recursos naturais”.
Com ele, espera-se preservar a diversidade biológica da Caatinga e seus recursos hídricos, bem como permitir que as populações impactadas por processos de desertificação no semiárido baiano desenvolvam um modo de produção mais resiliente diante dos efeitos cada vez mais severos das mudanças climáticas.
Para o técnico da FAO, Manoel Timbó, o Redeser poderá “fornecer elementos para que essas populações modifiquem sua relação com o meio ambiente e tenham condições de preservar e impedir a degradação da terra de onde tiram seu sustento; ao mesmo tempo que têm retorno econômico e social”.
Esse projeto, segundo o Diretor de Combate à Desertificação do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Alexandre Pires, vai permitir “a construção de sinergias dessa iniciativa com outras ações que fortaleçam o combate à desertificação numa perspectiva de convivência com o Semiárido e enfrentamento às mudanças climáticas”.
