Japão vai financiar a recuperação de áreas degradadas no Brasil
Segundo dados de Ministério do Meio Ambiente, o Brasil possui 140 milhões de hectares de áreas degradas, ou seja, de terras que sofreram intensos danos a ponto de não possuírem condições de se regenerarem naturalmente. Improdutivas, essas terras não contribuem para o equilíbrio dos ecossistemas e não cumprem com sua função social.
Dentre as atividades que mais provocam a degradação dessas áreas está a pecuária. Isto porque ela promove o desmatamento e a queimada de áreas verdes para plantação de pasto e criação de gado. A implantação de pastagem provoca a erosão e a perda de nutrientes do solo, o que impede a produção agrícola com o passar dos anos.
No intuito de ajudar o Brasil a restaurar parte das terras degradadas por pastagens, o Japão vai financiar a recuperação de um milhão de hectares delas. De acordo com o ministro da agricultura, Carlos Fávaro, o financiamento virá da Agência de Cooperação Internacional do Japão (Jica). O acordo entre os dois países foi selado na semana passada.
No acordo, o programa de recuperação de áreas degradadas ainda não está definido. Ele dever ser estabelecido conforme cada região do país, pois todas elas possuem terras degradadas por atividades da pecuária. Segundo o ministro, com esse projeto, regiões de pastagens degradadas serão transformadas em áreas de plantio de lavouras ou em áreas de integração entre lavoura, pecuária e floresta.
O ministro disse em entrevista à imprensa, no Congresso Brasileiro do Agronegócio, que pretende selar mais acordos para a recuperação de áreas degradadas. O objetivo é que nos próximos 10 anos, o país tenha condições de converter cerca de 40 milhões de hectares de pastagens degradadas em áreas apropriadas para atividades agrícolas.
“Podemos avançar em torno de dois milhões de hectares ao ano e, com o programa de financiamento e cooperação internacional, essa expansão vai ser mais expressiva. Vamos duplicar tudo”, acrescenta.