36 países estão ganhando mais árvores do que perdendo, diz estudo
Um estudo recente da Universidade de Maryland e da ONG World Resources Institute (WRI) mostrou que a cobertura vegetal em 36 países no mundo aumentou nos últimos vinte anos. Ao todo, a área verde acrescida foi de 130,9 milhões de hectares, um espaço maior que o território do Peru.
Os dados da pesquisa foram gerados por meio do processamento e análise de imagens de satélite Landsat do ano de 2000 e 2020. A partir das imagens, os cientistas mapearam as florestas, as terras cultivadas, as terras construídas, as águas de superfície, a neve perene e a extensão de gelo globais.
O mapeamento desses elementos revelou que a Irlanda, a Polônia, a Dinamarca e a Holanda foram alguns dos países que mais tiveram aumento da cobertura florestal. Além disso, que a Europa teve um aumento 6 milhões de hectares de florestas em comparação com o ano de 2000.
A pesquisa também constatou que a Ásia tem grande proporção de nações com ganhos líquidos de cobertura florestal. Alguns desses países são o Tajiquistão e o Quirguistão, situados na Ásia Central, Bangladesh, a Índia e o Paquistão, no sul da Ásia.
Na África e nas Américas, o aumento de áreas florestais foi menor. Na América do Sul, o Uruguai é o único país com ganho líquido. Já na África, os ganhos líquidos de áreas florestais foram encontrados apenas em quatro países: Sudão, Sudão do Sul, Marrocos e Argélia.
O estudo, embora traga informações valiosas, tem algumas limitações. Uma delas é não detectar árvores com menos de 5 metros de altura. Uma árvore leva de 10 a 15 anos para alcançar essa altura. Então, iniciativas de restauração que começaram há menos de 15 anos podem não constar nas análises de cobertura vegetal.
A outra é utilizar para análise apenas dados de dois anos: 2000 e 2020. Isso significa que as informações geradas não mostraram uma mudança contínua no decorrer de duas décadas, mas sim de dois pontos no tempo. Isso impede de acompanhar as nuances da dinâmica florestal.
Para preencher essa lacuna de dados, pesquisadores vão, em breve, analisar imagens de satélite de todos os anos entre 2000 e 2020. A partir dessa análise, eles pretendem gerar dados mais precisos que ajudarão governos e implementadores de restauração a avaliar os padrões florestais ao longo do tempo.